Vejo a face do artista em cada rosto.
Apesar do pensamento caminhar, cambaleando,
e os desejos permitirem uma vida em devaneio,
não parece que meus membros desatinem da função.
Essa estúpida pressão fortalece a cobertura, evitando a explosão.

Esses traços são os mesmos, deslocados dos antigos.
Colocados no lugar do sentimento, apesar do seu trabalho,
desertados do trabalho, trabalhando por amor,
enegrecem certos pontos como nunca.
Antes pela diversão,
findam por realizar a tal função.

Haverá, no fim da linha, a danação?
Ou será que o demônio somos nós
e criamos, inocentes, essa imagem de horror,
solapando nossa própria segurança,
impedindo a procissão dos escolhidos
e fazendo, na partida, o viajante derrotado?
Saberá, um grande sábio o que pensar?

Quem mais sabe,
sabe mais do próprio umbigo.
Do meu ventre avantajado, resultado do trabalho enfezado das mentiras exigidas na algibeira por qualquer rato de esquina,
tenho certo,
que o destino da partida fica cego, quando a fé do viajante sofre falta.

Apesar das contusões, faço amigos entre os times visitantes das cidades onde passo.
O caminho acumula experiência.
Os fantasmas permanecem nas esquinas, mas são, compulsoriamente, enxergados como anjos.
Ainda há pouco, aceitaram vestir branco. Com o tempo,
pode ser que criem asas.

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