Que puta parada na frente do prédio.
Gente descalça fazendo baderna,
jogando confete na hora do almoço.

É bem pequenina
a mocinha de azul de alcinha,
de pernas abertas,
sorrindo.

Descalça, ou quase,
ela é quem faz da parada
uma graça.

O povo subindo a calçada,
não sai do trajeto,
mas olha de lado.

O guarda da portaria
quase intervém,
mas pára encantado com tanta alegria.

O Flash de graça
foi bem na saída,
com a moça sorrindo,
parada.

A rua de fundo
caiu violeta
e a moça era rosa
corada.

O resto eram fios e gente passando;
banca, ponto de táxi, vitrine de loja
e a sapataria.

Se eu tivesse um pedaço de serpentina,
jogava pra cima e gritava,
inflamando a galera
do meio da rua,

só pra ganhar um sorriso da moça de alcinha.

Nenhum comentário: