Digo das coisas que não vou fazer;
tanto que digo!
Descrevo o formato das ilusões que adotei
Não sem tentar enxergar
a beleza.
Infelizmente
não consegui me livrar
de uma mania infantil
de florear.
Desde pequeno aprendi,
me desapontando,
a não acreditar em viagens.
Fechava meus olhos
e me sonhava cumprindo papéis
de respeito.
Chegava a balbuciar algum diálogo,
compondo a situação,
como se fosse real.
Hoje, quando me flagro em monólogos
hipotéticos,
ouço em silêncio o que não vou dizer
e jamais vou ouvir.
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