Não quero, dispenso,
não preciso e não aceito
o que não é para mim.

As notas graúdas de um outro lugar
por mais zeros que aparentem
nada valem aqui.

Pesadelos metem medo de verdade
mas tal qual a tempestade
se dissipam rapidinho à luz do sol.

Dou passagem ao que não presta
com respeito e com certeza
de seguir em direção ao que interessa.

Que se fodam os deveres;
e aqueles que lançaram sobre mim as suas merdas, obrigado!
Descobri, graças a eles, que não quero a sua festa.

Aceito, de bom grado, apenas o que quero
e o resto,
que alimente outro alguém pobre coitado.
O cigarro é uma luz na escuridão
grande solução
para quem vive nela.
Dedeira de adulto é dadeira.
Meus melhores amigos
serão amores
quando meu coração
parar de bater.

Eu cuidarei,
com saudade e água benta,
das feridas abertas
na minha passagem.

Não tema;
seu nome de agora
não vale um centavo

Acorde;
a vida que vale
é a vida a viver.
Hoje tem língua no almoço
para quem aprecia
iguarias diferentes.
Preciso do ar, para voar
tanto quanto a maioria
precisa do chão para pisar.
Nesta sexta feira,
chuva, cinza, frio
em silêncio elaboram
alegria, confiança e aconchego.

A melodia desse dia,
hoje,
desenrola sem comprometer a paz.